quarta-feira, 25 de junho de 2014

Razão e sensibilidade - Jane Austen


Ok, acabei de ler esse livro tem uns 10 minutos mas precisava escrever algo sobre ele e ''conversar'' com vocês sobre essa leitura que me iniciou nesse mundo tão popular que é o de leitores de Jane Austen. 

Razão e sensibilidade vai contar sobre a vida de 4 mulheres: 1 mãe e suas 3 filhas, após a morte do patriarca da família. Sempre viveram bem, com direito de a pouco de ostentação aqui ou ali, mas depois da morte de pai, elas perderam a fortuna (digamos que passaram para a classe C) por fazerem parte do segundo casamento do pai (e por serem meninas, é claro). 

Começando uma vida modesta em um chalé emprestado pelo tio da mãe, Marianne e Elinor - o foco narrativo - tem agora que correr para conseguir pretendentes ricos e bem falados para dar continuidade ao sobrenome da família e para não ficarem mal faladas em uma época e lugar em que a reputação valia ouro. 

É essa a ideia do livro. Enredo esse que se fosse trazido aos dias atuais - escrito por uma autora contemporânea, quero dizer - não passaria de mais um chick lit ou dramalhão desses que temos aos montes. Mas espera, é Jane Austen e é um clássico, o que implica dizer que vamos encontrar uma escrita mais rebuscada e um estilo de vida totalmente patriarcal. 

Parece futilidade dizer que as mulheres da época só pensavam em dinheiro e existia sim o #instalove ou amor instantâneo que guiava as personagens, mas vamos colocar o pé no chão: o que mais as mulheres em 1800 poderiam pensar se não for procriar, fofocar e casar com um bom partido? é triste, mas foi parte da realidade durante um bom tempo, e a querida Jane Austen foi uma dessas mulheres. 

Confesso que quando o nome da autora me vinha a mente eu associava a alguém feminista que buscava colocar mulheres protagonistas em seus romances para justamente quebrar o paradigma da época, mas não encontrei nenhuma Virginia Woolf na escrita de Jane. Ela foi sim pioneira, mas de romances históricos, vestidos com várias camadas, espartilhos e bailes da sociedade. 

Foi uma leitura divertida e serviu bem para eu conhecer o estilo de escrita da autora e entender por que tem tanta gente ficionados por ela, mas se você pegar o livro para fazer uma leitura crítica, por favor: vista seu espartilho e transporte-se para 1800. 

Voltando ao enredo: o nome do livro: ''Razão e sensibilidade'' remete as irmãs principais: Marianne e Elinor. Enquanto a primeira morria de amores por homens que gostassem de ler e tivessem um bom gosto musical, a segunda além de carregar todas as suas dúvidas e responsabilidades nas costas ainda servia como uma espécia de mãe mais nova para a sensibilidade, digo, para Marianne. E bom, acredito que o nome poderia facilmente mudar para: ''Razão e dramaticidade'' que não iria perder nem um pouco sua essência, muito pelo contrário... 

Sobre o filme... 

 

Não consegui definir qual das personagens seria a razão e qual seria a sensibilidade, visto que achei ambas bastante parecidas, tendendo até para a neutralização eu diria. Ao todo é uma adaptação muito fiel e a escolha de elenco foi bem feliz. 

As partes chatinhas do livro conseguiram ser relevantes no filme e o destaque em Elinor que foi perdido no romance, foi recuperado na adaptação. Recomendo ambos! 



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