segunda-feira, 20 de outubro de 2014

"Sejamos todos feministas, Chimamanda Ngozi Adichie"


Nunca gostei muito de ler autores que estão em voga. Acho que isso gera muita expectativa e acabo me decepcionando. Nos dois últimos meses em uma sociedade secreta em que faço parte, onde discutimos sobre livros e outros assuntos relacionados à cultura, dois livros foram muito comentados: O pintassilgo e Americanah.

Americanh foi um dos escolhidos para votação do livro que iremos ler juntos em novembro.E nesse espaço de tempo em que a votação ainda estava acontecendo a Companhia das Letras disponibilizou em seu site o ebook de um texto da Chimamanda, autora nigeriana que escreveu Americanah.

Nunca me considerei feminista, apesar de flertar com muita de suas lutas, mas ainda assim resolvi ler o livro intitulado "Sejamos todos feministas". 

Sejamos todos feministas na verdade é a adaptação de uma palestra ministrada pela autora. Ela inicia falando como descobriu o termo "Feminista", quando seu amigo disse em forma de xingamento que ela era uma, ela não sabia o significado, mas percebeu que era algo ruim e quando chegou em casa fez uma busca no dicionário. 
Neste inicio ela também nos relata que várias pessoas apontaram motivos para que ela não fosse uma feminista: elas não são felizes, isso é antiafricano, odeiam homens, entre outros rótulos.

Ao longo do texto a autora nos aponta vários motivos pelos quais não apenas as mulheres devem ser feministas, mas também os homens.

Uma das coisas mais legais que ela apontou é o fato de que muitas mulheres passam o dia todo trabalhando fora e quando chegam em casa ainda tem que realizar os trabalhos domésticos sem ajuda do marido, pois isso é muito feminino. Sendo que aprender a cozinhar, por exemplo, é algo necessário a qualquer ser humano, pois todos precisam se alimentar.

E ela vai nos mostrando o quanto o mundo é voltado para os homens e ela nos mostra com pequenos detalhes, como por exemplo, uma mulher não poder entrar em um restaurante respeitável se não for acompanhada por um homem,e quando ela está acompanhada o garçom nem ao menos olha para ela, pois o homem é o dono do dinheiro.

Ela também nos conta que tem uma amiga palestrante solteira, mas que essa sempre utiliza uma aliança quando vai ministrar, pois tem medo de não ser respeitada.

Chimamanda destaca que a delicadeza, educação e respeito não são coisas que apenas as mulheres tem que deter, mas são características necessária a qualquer ser humano para deixarmos os ambientes em que vivemos em um clima mais agradável.

"O problema da questão de gênero é que ela prescreve como devemos ser em vez de reconhecer como somos. Seríamos bem mais felizes, mais livres para sermos quem realmente somos, se não tivéssemos o peso das expectativas do gênero."

E ao final do livro Chimamanda nos conta qual a definição ela havia encontrado para feminista no dicionário naquele dia que o amigo a xingou (essa vou deixar para vocês lerem no livro) e partir daquele dia ela decidiu ser feminista.

Sejamos todos feministas tem mais o tom de uma conversa, e acontece de forma bem esclarecedora e com muita leveza. Não se trata de um texto chato, pelo contrário, achei ele bem dinâmico, cheio de exemplos legais. Uma conversa necessária a todos!

E ao final também decidi que quero ser feminista, como diz Chimamanda "sejamos todos feministas".

Link para o ebook: http://www.companhiadasletras.com.br/busca.php?busca=sejamos+todas+feministas&x=0&y=0

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